Alguma vez você impediu ou mudou o foco de um menino que queria brincar de boneca para uma bola ou um vídeo game? Ou falou que esgotaram as vagas no judô pra sua filha e a matriculou no balé? Ou quem sabe, você às vezes pede ajuda para sua filha nas tarefas de casa, enquanto o irmão fica no quarto?
Essas são algumas coisas que a maioria de nós já fizemos alguma vez, por estarmos inseridos em uma sociedade que estimula a imposição de gêneros e não dá liberdade para as crianças serem o que elas quiserem. Se ela sai do “padrão”, de pequena ela já é julgada e apontada como diferente, que está na contramão, por não estar se enquadrando no molde convencional da sociedade.
Empoderamento infantil nada mais é do que deixarmos as crianças realizarem ações que as tornem mais fortalecidas, seguras e gerem uma evolução pessoal.
Como teríamos uma atleta excelente como a Rafaela Silva, campeã mundial de judô, se os pais a tivessem impedido de treinar? Muitas crianças deixam de desenvolver talentos, habilidade e responder estímulos por conta das barreiras sociais.
Dar autonomia para a criança fazer o que ela já é capaz, ouvir e considerar suas próprias ideias e estimular que tomem suas próprias decisões e não apenas esperar o comando do adulto. Quanto maior a autonomia da criança, mais segura de si ela estará para enfrentar os desafios do dia-a-dia e melhor preparada ficará para a adolescência e fase adulta.
Eu sempre brinco com a minha filha de uma cena no filme brasileiro “Um Tio quase perfeito” do diretor Pedro Antônio, em que as crianças perguntam para o Tio Tony se podem jogar bola na parede e ele diz: “É coisa que morre? Se não for, pode”. Claro que os limites do dia-a-dia de cada família tem que ser respeitados, mas o que quero dizer que as vezes, deixar as crianças testarem seus limites em coisas que não coloquem em risco suas vidas e a dos outros, pode trazer muitos benefícios para seu empoderamento e crescimento pessoal.
Nunca reforce ideias do tipo “azul é para meninos” e “rosa para meninas”. Isso cria estereótipos de gêneros e exclui os demais gêneros que existem e que precisamos aceita-los e respeitá-los. Vivemos um momento que é preciso parar de nos escondermos da realidade e estarmos abertos para falar sobre diferenças, respeito, aceitação do outro e de si mesmo.
Para evitar erros em nosso dia-a-dia e deixarmos as crianças inseguras e mal estimuladas, é importante buscarmos informações constantes e ter uma luta diária contra estas imposições. Ninguém muda da noite para o dia, é difícil e requer muita atenção e comprometimento.
Hoje em dia, temos acesso a bastante conteúdo sobre diversidade na rede, porém, de acordo com uma pesquisa de 2016 do IBGE, quase 100 milhões de pessoas ainda não estão conectadas e é por isso que nós precisamos fazer a nossa parte em difundir o empoderamento infantil no nosso círculo de convivência.
Empoderamento: capacidade de uma pessoa ou grupo de realizar, por si próprio, ações que promovam seu fortalecimento e evolução.
Paulo Freire
Lembre-se que as crianças são o nosso legado e nosso futuro. Para que eles se tornem adultos mais conscientes, é importante que a mudança comece dentro de casa, por nossas crianças. O empoderamento infantil é um dos caminhos para um mundo melhor, com crianças mais seguras de si e abertas para as diferenças.
Pra fechar, esta propaganda das Bonecas Baby Alive da Hasbro fala que mais do que divertir, cuidar de bonecas ensina lições para a vida toda. E ninguém precisa ficar de fora de tanto aprendizado, não é?
Agora que você conhece a importância do empoderamento infantil, que tal compartilhar este conteúdo com os seus amigos nas redes sociais? Assim, você também ajudará no desenvolvimento de muitas crianças!